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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

"À PROCURA DE NOUF"

Gostei de ler este livro especialmente para ficar a conhecer as diferenças culturais e religiosas que há entre o povo muçulmano e a nossa cultura.
Um povo que se diz muito crente, que reza cinco vezes por dia, uma cultura em que não é permitido às mulheres andarem na rua com o rosto descoberto, em que há tantas e tantas restrições... e que depois se verifica que bem lá no fundo muitos deles não têm problemas nenhuns em pecar, roubar e até matar.
A história do desaparecimento de Nouf vai ficando mais complicada à medida que o livro avança e quando pensamos que já conseguimos desvendar o mistério, eis que surge uma reviravolta final que nos faz deitar por terra tudo que tínhamos pensado antes.
Uma bela leitura para quem gosta de saber costumes e tradições de outros povos.

Um romance de mistério passado na Arábia Saudita.
Há uma semana que Nayir Ash-Sharqui, guia do deserto e muçulmano fiel e praticante, anda à procura de Nouf, irmã do seu amigo Othman e filha mais velha de uma conhecida e abastada família saudita. Ninguém sabe ao certo se ela foi raptada, se simplesmente fugiu, mas, quando um grupo de beduínos encontra finalmente o seu corpo sem vida, Othman pede a Nayir que descubra como foi Nouf acabar, morta e grávida, no meio do deserto.
A tarefa de Nayir não é de forma alguma facilitada pelos códigos sociais árabes: não lhe é permitido falar com as irmãs nem com as amigas de Nouf, nem, de resto, com qualquer mulher solteira que não venha escoltada por um parente. Só os homens da família — os irmãos e o noivo de Nouf — poderão dar-lhe informações sobre a vida da jovem. Mas nenhum deles parece poder, ou querer, fazê-lo… A única pessoa que está disposta a ajudar Nayir, quer ele queira a ajuda dela, quer não, é a noiva de Othman, uma rapariga emancipada chamada Katya, que trabalha no gabinete do médico legista. Num país onde os códigos morais e religiosos são dos mais rígidos, o comportamento independente de Katya choca com tudo aquilo que Nayir acredita dever ser próprio de uma mulher. Mas, à medida que vão trabalhando juntos na resolução do assassinato de Nouf, Nayir começa a apreciar a inteligência viva de Katya e a sua paixão pela verdade; e, à medida que cresce a sua admiração por ela, vai-se estreitando cada vez mais o abismo entre os seus desejos e as suas crenças… Lutando simultaneamente com as suas convicções religiosas e com o enorme desejo de encontrar uma mulher e fundar uma família, a investigação de Nayir cedo se transforma numa busca da verdade não apenas em relação ao que aconteceu a Nouf, mas também em relação a si próprio.
Uma intriga magnificamente tecida num romance que consegue reunir ao suspense e a um desenlace surpreendente a originalidade de uma perspectiva única, inteligente e sem preconceitos sobre os códigos de uma sociedade que continua a ser, para nós, ocidentais, largamente desconhecida.
Notas sobre a autora:
Zoë Ferraris viveu durante um ano numa comunidade muçulmana conservadora de Jeddah, na Arábia Saudita, experiência que a inspirou na criação das personagens e da trama do romance À Procura de Nouf, que conquistou o primeiro prémio na categoria de Romance Policial na Santa Barbara Writer’s Conference. Zoe completou há pouco o Mestrado em Belas-Artes da Columbia University e é beneficiária da Graham Merit Fellowship do Departamento de Escrita da mesma universidade.